quarta-feira, 28 de março de 2012 4 comentários

Juventude!

Tenho uma relação especial com a juventude... Tudo o que é jovem me motiva, me dá coragem. É sempre lindo ver um jovem casal namorar, uma turma jovem fazer bagunça (tsc!), o jeito de se vestirem, seus medos, suas dúvidas e certezas. Adoro. Relutei em crescer, tinha medo do que sentiria com o peso extra-forte da responsabilidade. Por isso mesmo minha adolescência foi até os 27 anos. rs

Sem hipocrisia, é a MELHOR idade... Óbvio que você jovem não sabe disso, mas vai saber... Mas rápido que pensa. O amor é único, as convicções também. Sentimentos a Flor da Pele. São os melhores militantes e gritam pelo que querem. Por isso, sofra, chore, grite, tenha amigos, namorados, chore de novo, traia, seja traído, brigue, chore mais uma vez, aproveite porque a linha entre ser jovem e ser velho é tênue... 

Já tem um tempo que entendi... Estou velha! Claro que uma “jovem velha”, mesmo porque os meus gostos não mudaram com a minha idade como vejo em tantas pessoas... Ainda curto as MESMAS coisas que curtia a, sei lá, 10 ou 15 anos atrás. Mesmo assim, atitudes, pensamento, ações, são outros... Sou outra!

A música Tempo Perdido da Legião Urbana mostra perfeitamente o conflito de ser jovem. O “Temos Todo Tempo do Mundo” é diferente para jovens e velhos. O jovem ouve isso e vem tanta coisa em sua cabeça que ele não sabe por onde começar... Quer TUDO!!! E está certo. Eu (a velha!) com 30 anos, obviamente também tenho todo o tempo do mundo, mas me sinto diferente, penso com mais foco, no meu filho, meu apê, meu trabalho, minha família, meu dinheiro e como ganha-lo... 

Adoro ter crescido, ter passado pela fase turbulenta que é a adolescência, mesmo assim, sempre paro e me vejo admirada com alguém que tem tanto empenho no jogo de vídeo game que gosta, que se torna expert naquilo pela repetição e aprende muito mais do que se podia esperar com isso. Ou a disposição de alguém que acorda 5 da manhã para trabalhar, vai dormir meia noite quando volta da faculdade e ainda tem tempo de dançar, jogar, filosofar e agir. Ou ainda quem se atreve a passar 6 meses longe de sua casa, em outro país, com uma outra família, outra língua e não se torna uma outra pessoa. Só pode ser JOVEM!!!

Claro que ser jovem não tem nada a ver com idade e sim com sentimentos, mas seja jovem somente até onde não se torne ridículo. Aos 27 já estava inviável.
quinta-feira, 15 de março de 2012 0 comentários

Teorias e suas teorias

Hoje tive uma aula de Teoria do Jornalismo (A Teoria Crítica) com todos os contras de uma aula teórica acrescido do povo da minha sala que não para de falar...

Mas essa aula me fez pensar muito nessa historia dos filósofos ADORNO e HORKHEIMER lá nas décadas de 20, 30... Pensamentos tão escondidos na Industria Cultural que se iniciava e ao mesmo tempo tão atuais, mesmo vindo de 90 anos atrás. Quando diziam que uma musica sendo tocada em rádio ou gravada num LP estava desprestigiando a arte do musico ao vivo. Ou a adaptação de uma obra literária para o cinema acabaria com a essência dessa obra. Popularizar o erudito... Um crime na opinião dos filósofos.

A Classe Dominante (os que tem poder) popularizava uma obra literária com a intenção da Massa (povo) acreditar que tinha o conhecimento.  Ouviam uma musica clássica no rádio e podiam dizer que conheciam a ópera correspondente. Assistiam um filme de um escritor famoso e poderiam dizer que sabiam muito sobre sua obra. O famoso “Pão e Vinho” – Alimentar a Massa.  

Trazendo essa historia pra hoje em dia, ainda temos as mesmas perguntas e praticamente as mesmas respostas de ADORNO. A Professora Carolina usou como exemplo a musica da Legião Urbana – Geração Coca Cola, escrita em 1985. Renato Russo foi o percussor do Rock Brasileiro com letras altamente criticas ao Sistema. Seguido de grandes bandas nesse mesmo padrão, porque essa é a essência do Rock... Pra isso o Rock foi criado, pra chocar!!! Para ser REBELDE... A rebeldia da dança do Elvis, da voz dos metaleiros, das letras fortes das bandas americanas dos anos 70, da poesia do Jim Morrison. É a musica do confronto... Aquela que a “Classe Dominante” tem que engolir porque os jovens tem sede de rebeldia...

Mas, como tudo, o “Sistema” também se adaptou... Conseguiram acabar com o Rock... Surgiram os derivados do Rock, bandinhas bem comportadas que falam exclusivamente de amores, sejam os mal terminados, os que vão começar, os que poderiam ser, etc. Aí você diz: “o que vc tem contra uma musica falar de amor?”. Eu não tenho nada contra, muito pelo contrário. Cazuza escrevia maravilhosamente sobre amor e ainda nos presenteou com musicas como “Brasil” ou “Blues da Piedade”. Porque o artista tem a obrigação desse desafio. Principalmente o roqueiro.

A Massa quer ouvir sobre amor, situações cotidianas e qualquer coisa que as faça fugir da verdade. É o que faz a novela, o filme de Hollywood, o sertanejo, o pagode, o Restart (representando o novo rock). Tudo o que possa camuflar a desigualdade social, cultural, intelectual, financeira, etc.

É a nossa ópera atual!
 
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