quinta-feira, 15 de março de 2012

Teorias e suas teorias

Hoje tive uma aula de Teoria do Jornalismo (A Teoria Crítica) com todos os contras de uma aula teórica acrescido do povo da minha sala que não para de falar...

Mas essa aula me fez pensar muito nessa historia dos filósofos ADORNO e HORKHEIMER lá nas décadas de 20, 30... Pensamentos tão escondidos na Industria Cultural que se iniciava e ao mesmo tempo tão atuais, mesmo vindo de 90 anos atrás. Quando diziam que uma musica sendo tocada em rádio ou gravada num LP estava desprestigiando a arte do musico ao vivo. Ou a adaptação de uma obra literária para o cinema acabaria com a essência dessa obra. Popularizar o erudito... Um crime na opinião dos filósofos.

A Classe Dominante (os que tem poder) popularizava uma obra literária com a intenção da Massa (povo) acreditar que tinha o conhecimento.  Ouviam uma musica clássica no rádio e podiam dizer que conheciam a ópera correspondente. Assistiam um filme de um escritor famoso e poderiam dizer que sabiam muito sobre sua obra. O famoso “Pão e Vinho” – Alimentar a Massa.  

Trazendo essa historia pra hoje em dia, ainda temos as mesmas perguntas e praticamente as mesmas respostas de ADORNO. A Professora Carolina usou como exemplo a musica da Legião Urbana – Geração Coca Cola, escrita em 1985. Renato Russo foi o percussor do Rock Brasileiro com letras altamente criticas ao Sistema. Seguido de grandes bandas nesse mesmo padrão, porque essa é a essência do Rock... Pra isso o Rock foi criado, pra chocar!!! Para ser REBELDE... A rebeldia da dança do Elvis, da voz dos metaleiros, das letras fortes das bandas americanas dos anos 70, da poesia do Jim Morrison. É a musica do confronto... Aquela que a “Classe Dominante” tem que engolir porque os jovens tem sede de rebeldia...

Mas, como tudo, o “Sistema” também se adaptou... Conseguiram acabar com o Rock... Surgiram os derivados do Rock, bandinhas bem comportadas que falam exclusivamente de amores, sejam os mal terminados, os que vão começar, os que poderiam ser, etc. Aí você diz: “o que vc tem contra uma musica falar de amor?”. Eu não tenho nada contra, muito pelo contrário. Cazuza escrevia maravilhosamente sobre amor e ainda nos presenteou com musicas como “Brasil” ou “Blues da Piedade”. Porque o artista tem a obrigação desse desafio. Principalmente o roqueiro.

A Massa quer ouvir sobre amor, situações cotidianas e qualquer coisa que as faça fugir da verdade. É o que faz a novela, o filme de Hollywood, o sertanejo, o pagode, o Restart (representando o novo rock). Tudo o que possa camuflar a desigualdade social, cultural, intelectual, financeira, etc.

É a nossa ópera atual!

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