terça-feira, 5 de junho de 2012

Tributo a Legião Urbana se transforma numa Máquina do Tempo

O show de Tributo a Legião Urbana me deixou passando mal de saudades. Claro que tenho saudades... Todo mundo tem saudades, não tem? Espero que sim, pois senão, vou me sentir de outro planeta.

Morro de saudades... De um cheiro, um gosto, uma turma, uma época, um amor. Não um homem especifico, um amor mesmo. Um jeito de amar que só uma garota sabe como é. 

Fui uma adolescente rebelde (tsc tsc), enquanto todos estavam cabulando aula pra beber eu estava viajando no meu quarto ouvindo Legião Urbana, The Doors, Cazuza, Janis Joplin, Pink Floyd, Engenheiros do Hawaí entre outros. Fui pegar o gosto pela vida noturna bem depois, na faculdade. 

Quando o Renato morreu eu tinha 15 anos e lembro bem que estudava a noite e minha turma de pseudo roqueiros e eu nos juntamos no pátio da escola para cantar Legião. Resolvemos que naquele dia não podia ter aula... Como, depois de ter morrido nosso maior professor... O inspetor da escola nem reclamou, deixou o grupinho formado em circulo com um violão, uma única voz e muito choro... E como choramos... 

Por isso quando vi na MTV o tributo, percebi na hora o quanto era importante pra mim, estar lá. O Wagner Moura cantou mal??? Nem percebi... O cara é pura emoção, parecia que era eu que estava lá, e eu canto mal pra car%&%. Cantei e pulei moderadamente porque moro em apartamento e já era tarde. Meu filho tinha que dormir e tal. 

Acordei no outro dia revigorada mas meio frustrada por não ter ido. Escutei Legião o dia todo e fui pra faculdade já conformada. Não mais que de repete, minha Irmã Andréa me liga e diz: “Meu, tô aqui na porta e vou entrar, vamos???”. 

E lá estava eu, com 8 mil pessoas no Espaço das Américas, cantando e pulando desesperadamente e agradecendo baixinho por não ter perdido aquilo... O clima daquele show foi indescritível... A grande maioria de 30 anos pra cima, pulando como criança. Tinha choro, tinha riso, lembranças, momentos, tudo misturado. Ver o Bonfá nervoso, o Dado botando um palhaço pra fora do show, um casal fumando maconha do meu lado (isso mesmo, maconha, num lugar que nem cigarro podia fumar), estávamos lá em 1990 de novo. 

Depois de 2 horas e 15 minutos de show eles agradeceram e estavam indo embora quando a galera começou a pedir em coro: “Faroeste, faroeste”... O Dado puxou e TODO mundo foi à loucura... Literalmente... 

Enfim, foi lindo... E voltar a realidade foi mais difícil quando acordei na sexta feira de manhã pra trabalhar, levar filho na escola, pagar as contas, etc. 

Saudades do Renato, que, se pôde, estava lá com a gente... Naquele tributo ao que ele fez em vida! Nos exigiu coragem... 


“...E nossa história 
Não estará pelo avesso assim 
Sem final feliz 
Teremos coisas bonitas pra contar 
E até lá 
Vamos viver 
Temos muito ainda por fazer 
Não olhe pra trás 
Apenas começamos 
O mundo começa agora, mas 
Apenas começamos...”

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